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Mundo

Desligando-se das Redes Sociais — Missão Quase Impossível

Em um mundo onde o entretenimento está cada vez mais dependente da Rede de Internet, conseguir viver sem ela hoje, é como viver sem Coca-Cola. Mas se você não desbloqueia o celular a cada dez segundos, saiba que você é um ser saudável no mundo onde não ser dependente, é uma missão quase impossível.

Você está no supermercado e quer saber se sua mãe precisa de alguma coisa, você corre e pega o celular. Quer falar pra sua amiga ou amigo que você conheceu alguém, ou quer pedir uma opinião sobre uma conversa que você teve com seu parceiro, com apenas um toque você dá um print e envia para a pessoa. Você acabou de pedir um açaí e quer mostrar para os seus amigos do Facebook o quanto você gosta de açaí. Você tira uma foto e posta. Você viu uma nuvem branca no céu, achou ela legal, com apenas alguns cliques você posta no Instagram.  Você está com raiva, obviamente por algum recalque alheiro, você corre e desaba no Twitter. Tudo o que você estiver fazendo, sentindo ou vendo, é possível ser compartilhado em alguma rede social. Ou seja, existe uma rede social para cada desejo dos seus olhos.

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Mas, mesmo as pessoas tendo o livre arbítrio para postarem e compartilhem o que quiserem — e na hora quiserem, elas ainda podem não saber quando elas estão ultrapassando o limite? Se ela posta foto frequentemente do que está comendo, ou selfies com legenda de algum filósofo, a resposta é sim. E mais: perderam a noção do ridículo. Não que postar uma selfie com alguma citação não seja legal. Mas você postar uma foto fazendo aquele bico de pato com uma citação de Aristóteles — pior ainda, mandando recado para as recalcadas, você estará denigrindo a raça humana.

Frases que contenham “beijinho no ombro”, poses que parecem um S, fotos de bebidas ou comidas frequentemente indicam algum tipo de distúrbio mental. Os fãs que me perdoem, mas utilizar a palavra “recalque” em qualquer legenda mostra o quão é a incapacidade intelectual da pessoa. Usar a rede social para compartilhar momentos felizes é uma coisa, mas usar para desabafar, criticar, mostrar o que está comendo, tentar esfregar na cara o quão elevado  autoestima a pessoa tem, é extremamente inaceitável.

Ninguém mais sabe usar as redes sociais de forma saudável. A maioria das pessoas que tem o vício de utilizá-las, perderam a noção da realidade. É cada foto, é cada compartilhamento que não tem fundamento. Eu já estive afastada das redes sociais por algum tempo. Porque eu havia percebido o quão vazia são as pessoas que te seguem. O quão infantil são as pessoas que compartilham, porque não tem noção do ridículo, não têm mais noção da indecorosidade que se submetem dia após dia. E tudo isso por falta de cultura. As pessoas estão cada vez mais enraizadas à ignorância, ao futebol, às novelas. Estão fazendo de uma coisa que era para ser um entretenimento, um objeto de vício. Um meio para jogar seus desabafos ao vento.

A falta de oxigênio não é mais tão prejudicial quanto a falta de um aparelho móvel. Para todas as pessoas que você olha, elas estão com o celular na mão. Ninguém mais senta na sala para assistir um filme com a família. Ninguém caminha ou corre sem estar usando um fone de ouvido. Ninguém olha para o céu a noite e observa o quão linda a lua é, em qualquer estágio dela. Ou, ninguém olha o céu durante o dia, e observa o quão magnífica são as nuvens em seu desenho natural. Ou a chuva em um momento de tempestade. Seus olhos estão ocupados demais com uma tela Full HD.

Será que é possível nos desligarmos um pouco — pelo o menos um pouco, das redes sociais? Diminuir um pouco o nosso acesso diário? Diminuir um pouco o nosso bate-papo no Whatsapp? Sim, claro que é possível! Bastemos observar o grandioso mundo a nossa volta. Não apenas observar, mas contemplar também. Sentir, absorver as energias do universo. Porque isso que é importante. A vida está a nossa volta. Nas pessoas que convivem com a gente. A vida está em todos os lugares. E não só por trás de uma tela Super Amoled.

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