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Mundo

A Era do Descartável — Vivendo a Obsolescência Programada

Em um mundo onde o consumismo é a base para o funcionamento da economia mundial, que segue a velha receita da obsolescência programada, não ser refém de produtos de baixa validade é quase impossível.

Em todos os lugares vemos propagandas de produtos caros, que até parecem que saíram da fábrica já com data marcada para dar defeito. Um exemplo fascinante disso é um dos produtos mais populares do mercado, os smartphones. Por trás daquela tecnologia funcional e elegante está uma das mais inteligentes formas de obsolescência programada já arquitetadas pela indústria.

Aquele um por cento de ouro, feito com um investimento mínimo tem capacidade para durar por muitos e muitos anos. Mas se a indústria fizesse um produto que durasse um tempo maior do que o normal, que fosse muito potente a ponto de rodar todos os aplicativos do futuro, ela ainda continuaria com a mesma popularidade de sempre?

Porque se uma pessoa gastasse cerca de 2.000 Reais em uma carcaça com uma marca que quase vale mais do que ouro, e este durasse cerca de 5 ou 6 anos sem dar um defeito, continuasse na moda, ela jamais pagaria outros 2.000 Reais em outro produto em pouco tempo. Isso até seria mais confortável para nós, mas péssimo para os negócios. Ou seja, a marca valeria muito menos para o mercado. Eles precisam perturbar o mercado com novos modelos, funcionalidades, cores e sabores. Por isso, produtos tendem a ficar obsoletos após alguns meses. Os smartphones são reis da obsolescência e da fragilidade funcional.

Preço x Valor

Tudo que nós compramos, além do preço que pagamos, o lucro que obteremos em alguns anos de uso, poderá tanto ser satisfatório, quanto insatisfatório. Isso quer dizer que quando você gasta X com um produto, depois de alguns anos, (se este produto durar um tempo), você  terá recebido muito valor, e assim não perceberá nenhum prejuízo.

Por outro lado, quando você compra um produto por um valor altíssimo e este dura pouco tempo, o prejuízo no futuro será fatal. Inevitavelmente, você terá que pagar o mesmo (ou até mais) preço para adquirir o mesmo produto novamente. E nesse tempinho todo, por um erro, o produto para de funcionar e o seu dinheiro vira pó.

Então não adianta ficar alimentando a indústria (para inflar os bolsos deles) comprando um produto que faz a mesma coisa que o anterior, apenas pelo design um pouco diferente. Ou pior, gastar rios de dinheiro apenas por um símbolo frutífero na carcaça do celular. O que a grande maioria faz, em busca de status.

Ostentar através de símbolos é marcar seu nome na lista dos consumistas inconscientes. Os inconscientes compram sem pensar que são alvos psicologicamente manipulados. Sem saber que são peças do jogo do lucro, jogado por empresas que não se importam se você está perdendo ou não.

É importante ser um consumista consciente, ser um consumista inteligente. E não ser uma marionete alvo fácil de pessoas que sabem usar a linguagem da psicologia de forma persuasiva e lucrativa.

Porque o importante está no final, quando você estiver satisfeito com o produto, sabendo que o seu dinheiro foi bem investido, e que a marca teve o compromisso de entregar muito mais valor do que o preço que você pagou ao comprar.

Lembre-se: algumas empresas são movidas a ego. Não seja o combustível que sustenta esse circo de futilidade.

Por isso que eu gosto de livros, porque mesmo os mais velhos, quando são realmente bons, não perdem o valor, não ficam obsoletos.

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